O terremoto no Haiti e as chuvas de São Luiz do Paraitinga e Angra dos Reis despertaram iniciativas de caridade no Brasil e no mundo. Pessoas, instituições e empresas se mobilizaram para recolher donativos e enviar dinheiro para amparar as vítimas.
Mas situações de emergência apresentam desafios para que a ajuda chegue a quem precisa. “É preciso evitar a improvisação por meio de uma coordenação articulada”, afirma Jacques Marcovitch, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
O primeiro passo é entender quais são as necessidades imediatas da região. Por isso, é necessário fazer o mapeamento dos recursos existentes na região, o que exige calma e pensamento estratégico, de acordo com Lucia Dellagnelo, diretora executiva do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (Icomfloripa).
A entidade foi uma das que apoiou as ações de emergência depois das enchentes nas cidades do Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
Na época, a Defesa Civil local começou a receber pedidos de pessoas físicas e empresas que queriam ajudar, mas não sabiam o que fazer. Ao mesmo tempo, voluntários se dirigiram ao local para trabalhar. “Apesar das boas intenções, criou-se um problema a mais para a Defesa Civil, pois não havia onde hospedar ou como capacitar este pessoal. Alguns chegaram a se expor a riscos”, lembra Lucia.
Foi então que surgiu a ideia do Força Voluntária (www.forcavoluntaria.com.br), um programa de capacitação e cadastramento de voluntários para atuarem nestas situações. “Quando precisávamos de um voluntário ou um tipo de donativo, acionávamos o instituto, que entrava em contato com as pessoas e empresas certas”, diz o major Marcio Luiz Alves, da Defesa Civil de Santa Catarina.
Quem organiza campanhas, precisa se preocupar também com a triagem dos donativos. “Vem muita roupa rasgada e suja”, afirma o major. “Muita gente acha que, porque as pessoas estão em uma situação ruim, qualquer coisa serve”, pontua Cláudia Calais, gerente de responsabilidade social da Fundação Bunge.
A experiência ensina que a definição de um nicho de atuação também é importante, para que os esforços sejam bem direcionados. O Icomfloripa focou seu trabalho em crianças e adolescentes de até 12 anos: trabalhou na reestruturação das ONGs que atendem a este público e capacitou assistentes sociais e conselheiros tutelares para atuarem durante e depois da emergência.
A instituição também criou um fundo para receber doações em dinheiro e fazer uma gestão mais rápida dos recursos financeiros. Isto porque os governos locais haviam arrecadado R$ 30 milhões, mas não podiam gastar o dinheiro imediatamente por questões legislativas.
Lucia alerta, no entanto, que é preciso tomar cuidado para não ultrapassar limites e assumir o papel do poder público. Esta também foi a preocupação da Fundação Bunge, que participou do atendimento de emergência e se engajou na reconstrução das cidades.
A instituição investiu no projeto de bairros sustentáveis, que possam suportar melhor a realidade geográfica local. “Vamos oferecer o projeto e reconstruir a Escola Angélica Costa, em Gaspar, mas não vamos reconstruir a cidade. Este é o papel da gestão pública”, comenta Cláudia Calais, gerente de responsabilidade social da Fundação Bunge.
O projeto foi desenhado a partir da consulta a especialistas em diversas disciplinas para compreender as características da geografia local e como os bairros deveriam ser reconstruídos de forma a suportarem melhor situações como as enchentes de 2008.
O objetivo é que, a partir deste projeto, as prefeituras e o Estado reconstruam as cidades de maneira sustentável. Por isso, os arquitetos que trabalham no projeto foram orientados a propor soluções acessíveis e replicáveis, que possam se tornar política pública.
Tanto a Fundação Bunge quanto o Icomfloripa perceberam a importância de compartilhar o conhecimento. Por isso, produziram material a fim de preparar outras instituições e governos para ajudar as populações em caso de emergência.
A fundação fez um livro e um vídeo chamados “Conhecer para Sustentar”, que foram distribuídos para outras ONGs e para os governos. Já o Icomfloripa criou um guia de assistência a crianças e jovens em situações de emergência.
As ações já produziram resultados. Em 2009, as chuvas no Vale do Itajaí se repetiram e houve inundações. A situação não foi tão dramática quanto no ano anterior. “Deu para perceber que a população estava mais preparada”, conclui Lucia.
Fonte: Gife ( http://site.gife.org.br )
Mas situações de emergência apresentam desafios para que a ajuda chegue a quem precisa. “É preciso evitar a improvisação por meio de uma coordenação articulada”, afirma Jacques Marcovitch, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
O primeiro passo é entender quais são as necessidades imediatas da região. Por isso, é necessário fazer o mapeamento dos recursos existentes na região, o que exige calma e pensamento estratégico, de acordo com Lucia Dellagnelo, diretora executiva do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (Icomfloripa).
A entidade foi uma das que apoiou as ações de emergência depois das enchentes nas cidades do Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
Na época, a Defesa Civil local começou a receber pedidos de pessoas físicas e empresas que queriam ajudar, mas não sabiam o que fazer. Ao mesmo tempo, voluntários se dirigiram ao local para trabalhar. “Apesar das boas intenções, criou-se um problema a mais para a Defesa Civil, pois não havia onde hospedar ou como capacitar este pessoal. Alguns chegaram a se expor a riscos”, lembra Lucia.
Foi então que surgiu a ideia do Força Voluntária (www.forcavoluntaria.com.br), um programa de capacitação e cadastramento de voluntários para atuarem nestas situações. “Quando precisávamos de um voluntário ou um tipo de donativo, acionávamos o instituto, que entrava em contato com as pessoas e empresas certas”, diz o major Marcio Luiz Alves, da Defesa Civil de Santa Catarina.
Quem organiza campanhas, precisa se preocupar também com a triagem dos donativos. “Vem muita roupa rasgada e suja”, afirma o major. “Muita gente acha que, porque as pessoas estão em uma situação ruim, qualquer coisa serve”, pontua Cláudia Calais, gerente de responsabilidade social da Fundação Bunge.
A experiência ensina que a definição de um nicho de atuação também é importante, para que os esforços sejam bem direcionados. O Icomfloripa focou seu trabalho em crianças e adolescentes de até 12 anos: trabalhou na reestruturação das ONGs que atendem a este público e capacitou assistentes sociais e conselheiros tutelares para atuarem durante e depois da emergência.
A instituição também criou um fundo para receber doações em dinheiro e fazer uma gestão mais rápida dos recursos financeiros. Isto porque os governos locais haviam arrecadado R$ 30 milhões, mas não podiam gastar o dinheiro imediatamente por questões legislativas.
Lucia alerta, no entanto, que é preciso tomar cuidado para não ultrapassar limites e assumir o papel do poder público. Esta também foi a preocupação da Fundação Bunge, que participou do atendimento de emergência e se engajou na reconstrução das cidades.
A instituição investiu no projeto de bairros sustentáveis, que possam suportar melhor a realidade geográfica local. “Vamos oferecer o projeto e reconstruir a Escola Angélica Costa, em Gaspar, mas não vamos reconstruir a cidade. Este é o papel da gestão pública”, comenta Cláudia Calais, gerente de responsabilidade social da Fundação Bunge.
O projeto foi desenhado a partir da consulta a especialistas em diversas disciplinas para compreender as características da geografia local e como os bairros deveriam ser reconstruídos de forma a suportarem melhor situações como as enchentes de 2008.
O objetivo é que, a partir deste projeto, as prefeituras e o Estado reconstruam as cidades de maneira sustentável. Por isso, os arquitetos que trabalham no projeto foram orientados a propor soluções acessíveis e replicáveis, que possam se tornar política pública.
Tanto a Fundação Bunge quanto o Icomfloripa perceberam a importância de compartilhar o conhecimento. Por isso, produziram material a fim de preparar outras instituições e governos para ajudar as populações em caso de emergência.
A fundação fez um livro e um vídeo chamados “Conhecer para Sustentar”, que foram distribuídos para outras ONGs e para os governos. Já o Icomfloripa criou um guia de assistência a crianças e jovens em situações de emergência.
As ações já produziram resultados. Em 2009, as chuvas no Vale do Itajaí se repetiram e houve inundações. A situação não foi tão dramática quanto no ano anterior. “Deu para perceber que a população estava mais preparada”, conclui Lucia.
Fonte: Gife ( http://site.gife.org.br )
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