A partir do dia 7, e durante todo este mês de outubro, a imagem de Nossa Senhora das Graças, um dos principais ícones de Irati, fará parte do movimento “Outubro Rosa” e, a exemplo de outros monumentos no mundo inteiro, será iluminada com a referida cor. A campanha à qual Irati aderiu é mais um esforço para conscientizar as mulheres sobre a necessidade da mamografia. O exame é considerado o mais importante recurso para diagnosticar precocemente, tratar e aumentar o percentual de cura completa, dos casos de câncer de mama.
Em Irati, o movimento está sendo coordenado pela Associação do Núcleo de Apoio aos Portadores de Câncer de Irati (ANAPCI), e recebeu apoio da prefeitura que está adaptando a iluminação na Colina Nossa Senhora das Graças para reproduzir a cor rosa na imagem da Santa. Se as condições do tempo permitirem, a ANAPCI pretende realizar uma pequena cerimônia de lançamento do movimento em Irati, no início da noite, no Morro da Santa, ligando a iluminação rosa naquele monumento.
ANAPCI - desde 2005
A Associação do Núcleo de Apoio aos Portadores de Câncer de Irati (ANAPCI) existe desde o ano de 2005 e sobrevive exclusivamente de doações dos iratienses, entre pessoas físicas e jurídicas, e do trabalho de seus voluntários.
O trabalho foi iniciado naquele ano por Dione Yurk e Jose Kosloski e tem como atual presidente Ieda Waidzik. Segundo ela, hoje são 35 famílias cadastradas no atendimento à pessoa portadora de câncer em Irati, que recebem um ou vários tipos de auxílio da entidade, entre cestas básicas, alimentação especial, medicação e, principalmente, intermediação e acompanhamento no tratamento. “Temos 30 voluntários que visitam as famílias que buscam o nosso apoio e vêm as necessidades de cada caso, para orientar e agendar o tratamento, na sua totalidade de pessoas simples e carentes”, explica Ieda.
A presidente argumenta ainda que a ANAPCI trabalha com dois braços de atuação, sendo que um deles é este tipo de atenção às famílias e aos portadores da enfermidade e o outro que é o de acolher aqueles que vem principalmente do interior e precisam de um local para pernoitar e se alimentar até apanhar a condução, que geralmente sai de madrugada, em direção aos grandes centros de tratamento.
Ieda explica que recentemente o espaço foi ampliado com a mudança de instalações para uma casa maior, próxima à sede antiga, na Rua Pedro Choma. “Dos dois quartos que tínhamos para atender as pessoas, agora temos quatro, além de dois banheiros, sala para artesanato e outras dependências”, enfatiza. Outro importante auxílio ao trabalho prestado pela associação que veio se somar recentemente foi a doação de um veículo utilitário que facilita o transporte de pacientes e outros serviços necessários.
A ANAPCI depende da doação de qualquer valor pela comunidade. Para maiores informações o telefone é 3423 3695. Quem quiser conhecer de perto o trabalho da entidade pode visitar pessoalmente a sua sede que fica à Rua Marechal Mallet, 152, Bairro Alto da Glória, bem próximo de onde funcionava a antiga instalação.
“Outubro Rosa” - histórico
O movimento popular internacionalmente conhecido como “Outubro Rosa” é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades.
Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e à mamografia no mês de outubro. Posteriormente, com a aprovação do Congresso Americano, o mês de Outubro se tornou o mês nacional americano de prevenção do câncer de mama.
A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade. Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas à prevenção do câncer de mama, denominando como “Outubro Rosa”. Todas as ações eram e são até hoje direcionadas à conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população inicialmente as cidades se enfeitavam com os laços rosas, principalmente nos locais públicos. Depois surgiram outras ações como corridas, desfile de modas com sobreviventes de câncer de mama, partidas de boliche e outras ações.
Iluminação rosa: origem incerta
A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e outros marcos e símbolos dentro da campanha de prevenção e diagnóstico do câncer de mama surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.
A primeira iniciativa vista no Brasil em relação ao Outubro Rosa, foi a iluminação do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo-SP. No dia 02 de outubro de 2002, quando foi comemorado os 70 anos do Encerramento da Revolução, o monumento foi iluminado de rosa. A iniciativa foi de um grupo de mulheres simpatizantes com a causa do câncer de mama com o apoio de uma conceituada empresa européia de cosméticos. No Brasil, o monumento do Cristo Redentor é a maior expressão nacional da campanha. Em Irati, é a primeira vez que o movimento é lembrado através da iluminação.
Foto: Durante todo este mês a imagem da Santa vai lembrar o movimento “Outubro Rosa”.
