sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mapa da violência em Curitiba


O Conselho Municipal da Condição Feminina de Curitiba inicia na próxima semana o mapeamento da violência contra a mulher para identificar o perfil socioeconômico da vítima e do agressor. Trata-se do projeto “Gestão de Informação da Mulher Curitibana”, que será lançado na próxima terça-feira, dia 15 de setembro, às 14h30min no auditório da Rua da Cidadania do Carmo, na Regional Boqueirão. Estão convidadas lideranças comunitárias, associações organizadas e o público.
Para Beth Maia, presidente do Conselho da Condição Feminina, a pesquisa junto a comunidade visa a garantia dos direitos da mulher e à eliminação de discriminações que limitem a plena inserção da mulher na vida econômica, política, social e cultural da cidade. “ Nossa meta é contribuir para a definição de políticas públicas que auxiliem a mulher vítima de violência e na reeducação do agressor”, afirmou.
Serão realizadas 5.929 pesquisas de busca ativa nas regionais na Matriz, Boqueirão, Cajuru, Boa Vista, Santa Felicidade, Portão, Pinheirinho, Bairro Novo e CIC e, uma pesquisa através do site http://www.curitiba.mulheres.org.br/, onde a participação é livre.
Lei Maria da Penha
A pesquisa tem por base o cumprimento da lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha e que prevê o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher. Segundo estimativa na Anistia Internacional, pelo menos uma em cada três mulheres ao redor do mundo sofre algum tipo de violência durante a vida. Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde apontam que 70% das vítimas de assassinato do sexo feminino foram mortas por seus maridos, que a violência contra as mulheres é um fenômeno universal que atinge todas as classes sociais, etnias, religiões e culturas e que mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarrações, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos.
A presidente Beth Maia, do Conselho Municipal da Condição Feminina salienta ainda a importância de conhecer o tamanho do problema. “De acordo com a executiva Inés Alberdi, do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), noventa países já criaram leis específicas como a Maria da Penha, do Brasil, que é uma das mais modernas e completas. Mas o grande problema é a falta de dados, porque as denúncias ainda são pequenas. Só conhecendo o tamanho da violência poderemos planejar ações efetivas”, afirmou, lembrando o projeto “Gestão de Informação da Mulher Curitibana”, foi pensado para mudar a mentalidade da sociedade em relação à violência contra a mulher.

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